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Ceratocone
Imagem meramente ilustrativa (Banco de imagens: Shutterstock)

Doença ocorre quando a córnea tem uma alteração de formato semelhante a um cone, que pode levar à perda visual progressiva

A córnea é uma camada transparente sobre o globo ocular que tem a função de protegê-lo e atuar como uma lente, na refração da luz para a retina. Naturalmente, tem o formato redondo e ajustado ao olho. No entanto, algumas pessoas podem ter a córnea em um formato alongado, como se fosse um cone. À doença que causa essa alteração, damos o nome de ceratocone.

O ceratocone é uma doença progressiva e não-inflamatória, que pode ocorrer em apenas um olho ou em ambos. Segundo estimativas do Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO), a cada 100 mil pessoas no mundo, de 4 a 600 podem ter o problema em algum momento de suas vidas, sendo que a maior parte dos casos é diagnosticada durante a puberdade.

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Causas

Muitos casos de ceratocone ocorrem por causas idiopáticas, ou seja, sem relação com nenhum outro fator específico. É também comum, entretanto, que a doença seja diagnosticada em pessoas com histórico familiar da doença, o que sugere a hereditariedade como uma de suas causas.

Além dos fatores genéticos, outras situações também contribuem para o desenvolvimento da doença, como a presença de catarata congênita. Além disso, até 30% das pessoas com síndrome de Down podem também ter ceratocone.

O hábito de coçar os olhos constantemente também pode causar a alteração do formato da córnea característica do ceratocone. Por isso, é comum haver casos da doença em pessoas que também têm algum tipo de alergia ocular ou outras doenças que causam irritação nos olhos, como a conjuntivite alérgica.

Além disso, doenças como asma, rinite, dermatite atópica e seborreica também podem estar associadas ao aparecimento do ceratocone devido ao ato de coçar os olhos ser mais frequente nesses pacientes.

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Sintomas

Muitas pessoas com ceratocone passam a maior parte da vida sem sintomas. Nesses casos, a doença é diagnosticada em consultas oftalmológicas de rotina ou devido ao histórico familiar. Quando os sintomas aparecem, eles dependem do nível de progressividade da condição, podendo ocorrer sinais como:

  • Visão borrada e/ou distorcida a qualquer distância, semelhante ao astigmatismo;
  • Fotofobia (sensibilidade à luz);
  • Dificuldade de visão noturna;
  • Visão dupla (diplopia) ou múltipla (poliplopia);
  • Dificuldades de manter a atenção em atividades como ler e dirigir;
  • Mudanças constantes de grau em pessoas que já têm algum erro refrativo, como miopia, astigmatismo e hipermetropia.

Além disso, pelo fato de o ceratocone ser uma doença progressiva, os sintomas de perda de acuidade visual podem se agravar com o passar do tempo e, sem tratamento adequado, levar à cegueira irreversível.

Diagnóstico

O diagnóstico do ceratocone é feito pelo médico oftalmologista depois de ouvir e analisar o histórico do paciente e realizar alguns exames oculares, como a lâmpada de fenda, capaz de analisar visualmente todas as estruturas internas e externas dos olhos.

Além dos exames comumente realizados para detectar erros refrativos e outras doenças dos olhos — que também podem ser úteis para a visualização do ceratocone —, podem ser realizados alguns testes para analisar a alteração de curvatura da córnea. O principal deles são os exames de topografia computadorizada corneana e tomografia corneana, capazes de identificar irregularidades e alterações no formato da córnea.

Tratamentos

O tratamento da ceratocone depende do grau de progresso da doença no momento do diagnóstico e da presença de outras condições associadas. Nos casos menos graves, o uso de óculos é capaz de corrigir o problema de acuidade visual, ajustando a refração da luz prejudicada pelo formato cônico da córnea.

No entanto, à medida que a doença progride, pode chegar um momento em que os óculos não serão mais suficientes para corrigir as alterações visuais causadas pelo ceratocone. Isso ocorre porque eles não são capazes de desacelerar a progressão da doença, sendo necessárias correções constantes de grau.

Por isso, nesses casos, é recomendado o uso de lentes de contato rígidas que, além de corrigirem a acuidade visual por meio do ajuste da refração da luz através da córnea, são capazes de se adaptar e ajustar sua curvatura e proporcionar uma melhor qualidade visual por mais tempo.

Ainda assim, em alguns pacientes, mesmo as lentes de contato não são suficientes para evitar a progressão da doença e o consequente aumento da perda de acuidade visual. Nesses casos, a opção de tratamento cirúrgico será o Crosslinking, cujo objetivo é impedir a progressão da doença.

O Crosslinking é uma cirurgia realizada com anestesia tópica, que consiste na aplicação de um colírio à base de vitamina B2 combinado a um feixe de luz ultravioleta. Essa técnica é capaz de conferir maior resistência e sustentação à córnea e promove estabilidade da progressão do ceratocone em até 90% dos casos da doença.

Outras formas de tratamento para o ceratocone mais avançado com o objetivo de melhora da visão são:

  • Implante de anel intraestromal: neste procedimento, um dispositivo anelar é implantado no estroma, camada mais espessa da córnea responsável pela sustentação de suas células. Assim, é possível remodelar o formato corneano e reduzir as alterações visuais causadas pela doença;
  • Transplante de córnea: recomendado nos casos mais graves de ceratocone e naqueles em que nenhum método de tratamento teve eficácia, o transplante realiza a substituição total ou parcial da córnea doente por uma saudável provinda de um doador.

Prevenção do ceratocone

Ainda que, em grande parte dos casos, a doença seja causada por origem genética e hereditária, existem algumas formas de prevenir o aparecimento do ceratocone ou seu agravamento.

Uma das principais ações de prevenção do ceratocone é evitar coçar os olhos. Como vimos acima, esse hábito pode levar à alteração do formato da córnea e muitas vezes está associado a alergias e outras doenças oculares. Por isso, nesses casos, é importante tratar qualquer condição que possa levar a esse hábito.

Além disso, mesmo sem casos familiares de ceratocone, é importante se consultar com um oftalmologista periodicamente. Assim, é possível diagnosticar a doença precocemente, antes mesmo do aparecimento dos sintomas, o que possibilita tratamentos eficazes e menos invasivos.

Saiba mais sobre o ceratocone e outras doenças oculares entrando em contato com os especialistas do CEMO. Agende uma consulta!

 

Fontes:

Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO)

Ministério da Saúde

Sociedade Brasileira de Oftalmologia