Conhecida pela dificuldade de ver objetos de longe, a miopia pode ser tratada com o uso de lentes corretoras ou cirurgia refrativa
Caracterizada pela dificuldade de o observador enxergar com nitidez os objetos que estão longe dele, a miopia é um dos problemas visuais mais comuns entre homens e mulheres de todas as idades. Segundo a Organização Mundial de Saúde, há cerca de 59 milhões de pessoas com o problema no Brasil.
Muitos casos de miopia se desenvolvem ainda na infância, geralmente a partir dos 4 anos, ainda que a doença possa surgir em qualquer idade. Naturalmente, o grau vai aumentando com o passar do tempo e tende a se estabilizar depois dos 21 anos, ainda que algumas pessoas tenham aumento de grau por toda a vida.
A miopia é um dos distúrbios visuais classificados como “erros refrativos” e, nesse caso, ocorre quando a imagem se forma antes da retina. O problema pode ser corrigido com o uso de óculos e lentes de contato; porém, em alguns casos, a cirurgia refrativa pode ser indicada. Entenda mais a seguir.
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Causas da miopia
Como dito anteriormente, a miopia é causada por um erro que faz a imagem se formar antes da retina — uma membrana sensível no fundo do globo ocular que transforma a luz em estímulos nervosos. — Esse erro pode ocorrer porque o globo ocular é mais alongado do que o considerado normal ou por alguma anormalidade na curvatura da córnea, estrutura transparente responsável por refratar a luz e formar a imagem na retina.
Isso faz com que a imagem vista pelo observador seja nítida para objetos à curta distância, mas desfocada para objetos à longa distância. Por esse motivo, muitas pessoas chamam a miopia de “problema para ver de longe”.
O principal fator que influencia o desenvolvimento da miopia é a herança genética. Ou seja, a maioria das pessoas com o problema o compartilham com outros indivíduos de suas famílias, principalmente os pais. Outros distúrbios oculares, como o astigmatismo, a catarata congênita e o estrabismo também são considerados fatores de risco para esse erro refrativo.
Além disso, o estresse visual também pode estar por trás do surgimento da doença, mesmo em pessoas sem histórico familiar. Entre as situações que podem causar esse tipo de estresse estão a exposição excessiva a telas (televisões, computadores, celulares, tablets), principalmente muito de perto, e a leitura de texto em posição ou iluminação desconfortável para os olhos.
Sintomas
Como mencionado, a principal manifestação da miopia é a dificuldade de o observador enxergar com nitidez os objetos que estão longe dele. Para compensá-la, é comum que as pessoas apertem os olhos na tentativa de enxergar com nitidez ou busquem aproximar os objetos dos olhos.
Além disso, a condição pode manifestar outros sintomas — muitas vezes, relacionados ao esforço visual —, tais como:
- Dor de cabeça;
- Tontura;
- Fadiga ocular (vista cansada);
- Dificuldade para ler e dirigir;
- Atenção reduzida.
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Em pacientes já diagnosticados com miopia, esses sintomas podem sinalizar um possível aumento do grau. Além disso, é importante que a pessoa fique atenta a sintomas que possam representar descolamento de retina, degeneração macular, glaucoma e até mesmo perda de visão — situações que podem surgir como complicações da doença.
Nas crianças, é comum notar mudanças de comportamento, na escola, que podem indicar a presença de miopia, como passar a sentar-se mais à frente na sala de aula, dificuldade de manter atenção, aumento da frequência de pedidos de ajuda (como para entender o que está escrito no quadro) ou mesmo diminuição das notas.
Diagnóstico
O diagnóstico da miopia é feito por um médico oftalmologista. No consultório, é analisada a história clínica do paciente, composta por relatos de sintomas, histórico familiar de doenças oculares e outras situações que possam sugerir algum tipo de distúrbio visual.
Em seguida, são feitos exames, como o teste de acuidade visual, em que o paciente deve ler letras posicionadas a uma certa distância. Também é feito o teste de refração, em que várias lentes diferentes são sobrepostas para que o paciente e o médico avaliem qual ajusta melhor a focalização da imagem sobre a retina.
Esses exames são importantes não apenas para detectar a miopia, mas para avaliar sua evolução, já que, uma vez diagnosticada, o paciente deve retornar ao oftalmologista periodicamente para esse fim. Além disso, outros exames podem ser realizados de forma complementar, que podem avaliar a saúde ocular e detectar outras possíveis doenças associadas ou complicações.
Tratamentos
Uma vez diagnosticada, a miopia pode ser tratada para possibilitar ao paciente uma visão normal. O ajuste da refração da luz pode ser feito por meio de lentes ou cirurgia, e essa indicação depende de algumas características específicas.
Óculos
Sendo o mais conhecido método de tratamento para erros refrativos como a miopia, os óculos são formados por lentes que ajustam a refração da luz, possibilitando que a imagem se forme adequadamente sobre a retina. Eles são produzidos a partir da interpretação da prescrição feita pelo oftalmologista, que indica o grau de miopia (grau esférico negativo), que pode ser diferente em cada olho.
A frequência de uso dos óculos deve ser discutida entre paciente e oftalmologista, uma vez que depende do grau da miopia, da presença ou não de outras doenças e das necessidades específicas do paciente.
Lentes de contato
As lentes de contato são uma alternativa ao uso dos óculos por meio da aplicação direta de lentes rígidas ou gelatinosas sobre os olhos. Elas podem ser uma opção de tratamento para pessoas que não se adaptam bem ao uso de óculos ou por indicação específica.
No entanto, é importante ter em mente que as lentes de contato exigem alguns cuidados específicos durante sua aplicação e ao serem retiradas. Isso porque elas precisam ser higienizadas com produtos específicos e armazenadas em recipientes próprios. Além disso, precisam ser substituídas com uma frequência maior que os óculos.
Cirurgia refrativa
As cirurgias refrativas são uma opção de tratamento para miopia e outros erros refrativos que consiste em corrigir o formato da córnea para ajustar a refração, diminuindo o grau da condição. A correção é feita por meio da aplicação de feixes de laser.
Esses procedimentos são indicados a pessoas com mais de 18 anos que já apresentam, há pelo menos um ano, estabilização na evolução do grau de miopia. São cirurgias muito seguras e que raramente apresentam complicações durante a recuperação, quando realizadas de maneira adequada.
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Fontes: