Procedimento é indicado em casos da doença que necessitam de intervenção para ajustar a pressão intraocular
Doença que afeta o nervo óptico e pode levar à cegueira, o glaucoma é causado pelo aumento da pressão intraocular e pode atingir pessoas de qualquer idade, ainda que seja mais comum após os 40 anos. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que cerca de 900 mil pessoas tenham a doença no Brasil.
Os métodos de tratamento mais adotados para o glaucoma incluem o uso de colírios para controlar a pressão intraocular. No entanto, alguns casos podem necessitar intervenção por meio da cirurgia de glaucoma.
Geralmente, a cirurgia de glaucoma é indicada a pacientes que já realizaram tratamentos anteriores, sem sucesso. O procedimento pode ser realizado por meio de diversas técnicas, como a trabeculoplastia, trabeculectomia e implantes de tubos de drenagem, e costuma ter boa recuperação, com mínimas chances de complicações.
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Quem deve realizar a cirurgia?
O principal método de tratamento para o glaucoma é, como já mencionado, o uso de colírios para estabilizar a pressão sobre o nervo óptico. A indicação de cirurgia de glaucoma ocorre quando o uso dos medicamentos não consegue impedir a progressão da doença, necessitando de uma intervenção mais direta para tratá-la.
Como todo procedimento invasivo apresenta alguns riscos, ainda que mínimos, convenciona-se que a indicação de cirurgia de glaucoma só deve ocorrer como última alternativa e aos pacientes que já estão com a qualidade de vida muito prejudicada por causa da doença.
Como a cirurgia funciona?
A cirurgia de glaucoma pode ser feita por meio de diversos métodos, sendo três os mais conhecidos: trabeculoplastia, trabeculectomia e implantes de tubos de drenagem. Todos têm o objetivo de ajustar a fluidez do humor aquoso para diminuir a pressão intraocular, das seguintes maneiras:
Trabeculoplastia
Neste procedimento, que pode ser realizado sob anestesia local em ambiente ambulatorial, é utilizado o laser para ajustar os espaços da malha trabecular — área entre a córnea e a íris responsável pelo escoamento do humor aquoso. Assim, é possível melhorar a qualidade do escoamento e da drenagem do líquido, diminuindo a pressão intraocular.
Apesar de eficiente, a trabeculoplastia é uma cirurgia de glaucoma com efeitos temporários, e os pacientes que a realizam, muitas vezes, precisam realizar novos procedimentos depois de alguns anos. Para prolongar esse período, pode ser indicado o uso contínuo de medicamentos para ajudar no controle do glaucoma.
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Trabeculectomia
A trabeculectomia, também conhecida como cirurgia de glaucoma tradicional, é indicada aos pacientes com um grau de seriedade maior na progressão da doença. No procedimento, é feita uma incisão para criar um orifício interno que passa a funcionar como uma via extra de drenagem do humor aquoso, reduzindo, assim, a pressão intraocular.
O procedimento dura cerca de 30 minutos e é realizado sob anestesia local. Após a recuperação da cirurgia, o paciente fica com uma espécie de bolha no interior do olho, resultado da drenagem do líquido. No entanto, esse sinal é normal e facilmente ocultado pela pálpebra superior.
Implante de tubo de drenagem
Neste tipo de cirurgia de glaucoma, indicado principalmente a pacientes com complicações graves da doença ou que não obtiveram melhora expressiva com os procedimentos da malha trabecular, é realizado o implante de tubos finos de silicone na câmara anterior do olho, para auxiliarem na drenagem do humor aquoso.
O líquido é drenado por meio dos tubos para uma espécie de prato colocado sobre a esclera, embaixo da conjuntiva. Dessa forma, a pressão intraocular normal pode ser restabelecida. Em alguns casos, podem ser utilizados tubos com válvulas específicas para controlar melhor o escoamento do líquido.
Quais os riscos?
Como todo procedimento invasivo, a cirurgia de glaucoma pode ter alguns riscos, tais como:
- Não consolidação dos resultados;
- Edema (inchaço) da córnea;
- Uveíte (inflamação das estruturas que formam a íris, o corpo ciliar e a coroide);
- Formação de sinéquias (aderências);
- Picos hipertensivos.
No entanto, apesar da necessidade de se ter atenção aos riscos, com a evolução da tecnologia e da segurança em procedimentos como a cirurgia de glaucoma, as chances de ocorrerem complicações como as citadas acima são muito pequenas, principalmente se a cirurgia for realizada de forma correta e o paciente tomar todos os cuidados necessários na recuperação.
Como é a recuperação da cirurgia?
As cirurgias de glaucoma têm, de modo geral, uma recuperação rápida, de cerca de duas semanas. No entanto, nesse período, os cuidados com a região operada precisam ser intensos e realizados com muita atenção. O primeiro deles é o retorno ao médico no dia seguinte ao procedimento, para que seja avaliada a área operada e a pressão intraocular — uma vez que a cirurgia não exige internação posterior.
Além disso, é importante manter repouso relativo de sete a quinze dias após a cirurgia de glaucoma, evitando qualquer situação que possa ser nociva aos olhos ou possibilitar aumento da pressão intraocular — como passar a mão nos olhos ou expô-los à claridade intensa. O uso de medicamentos e colírios analgésicos e anti-inflamatórios pode ser indicado para amenizar o desconforto comum nos primeiros dias após o procedimento.
Por fim, é importante ter em mente que qualquer método de cirurgia de glaucoma não leva à cura definitiva da doença. Por isso, é importante fazer acompanhamento periódico, junto ao médico oftalmologista, da pressão intraocular e, dependendo do caso, continuar os tratamentos medicamentosos.
A cirurgia de glaucoma pode devolver a visão?
O principal objetivo da cirurgia de glaucoma é a correção da pressão intraocular para evitar a progressividade da doença. Sendo assim, o procedimento não devolve a visão perdida pelo processo de desgaste do nervo óptico.
Esse é um dos motivos pelos quais é recomendado fazer acompanhamento periódico com o médico oftalmologista, mesmo com os olhos aparentemente saudáveis. Isso porque o glaucoma é uma doença silenciosa, principalmente em seu início, mas os danos causados são irreversíveis.
Por esse motivo, o diagnóstico precoce da doença viabiliza o alívio da pressão intraocular com a utilização de tratamentos mais simples, ou mesmo por meio da cirurgia, mas antes que os danos permanentes de perda de visão se estabeleçam.
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Fontes: