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Estrabismo: causas e tratamentos
Imagem meramente ilustrativa (Banco de imagens: Shutterstock)
25/07/2024
6 min. de leitura

Estrabismo é um desvio ocular decorrente de problemas de visão ou dos músculos que controlam o movimento do olho, que tem tratamento clínico ou cirúrgico

O estrabismo é uma condição que deixa os olhos desalinhados, fazendo com que cada olho aponte para direções diferentes, o que pode, com o passar do tempo, ocasionar visão dupla ou mesmo perda da capacidade de enxergar. Esse distúrbio pode afetar pessoas em diversas faixas etárias, desde recém-nascidos até adultos, por causas distintas.

Saiba mais a seguir.

O que é o estrabismo?

O estrabismo é caracterizado pelo comprometimento do paralelismo da linha da visão, que permite o desvio dos olhos para diferentes pontos e dificulta a focalização de um mesmo objeto. Essa condição pode se apresentar de forma constante no mesmo olho ou alternante, cada momento em um olho. Também pode se manifestar o tempo todo, somente de vez em quando ou apenas em situações específicas, como em fotografias.

Embora o estrabismo possa aparecer em qualquer idade, mesmo nos primeiros meses de vida, alguns bebês até os três meses podem aparentar um desvio sem que essa falta de controle do movimento ocular indique uma alteração a ser tratada. É fundamental seguir o acompanhamento médico para verificar a evolução ou resolução do caso.

O que causa o estrabismo?

O sistema nervoso central está ligado aos músculos que controlam a movimentação dos olhos por nervos cranianos. A comunicação entre essas estruturas deve ser precisa e sincronizada para que os olhos se mantenham alinhados. Comprometimentos nesse funcionamento levam ao estrabismo. Algumas das causas podem ser:

  • Grau elevado de hipermetropia, que é a dificuldade para enxergar objetos próximos, forçando a aproximação dos olhos;
  • Baixa visão em algum dos olhos;
  • Doenças neurológicas, como AVC, paralisia cerebral e traumas;
  • Doenças genéticas, como a Síndrome de Down;
  • Infecções, como meningite e encefalite;
  • Doenças da tireoide;
  • Diabetes.

O estrabismo em bebês de até 6 meses de idade pode estar relacionado ao histórico familiar, às doenças genéticas, aos defeitos congênitos dos olhos, à exposição a drogas durante a gestação e à paralisia cerebral. Em idades superiores, é provável que o distúrbio seja consequência da hipermetropia excessiva ou do descontrole dos músculos que controlam a posição dos olhos.

Sinais e sintomas comuns

Os principais sinais de estrabismo são a falta de paralelismo entre os olhos e a visão dupla. Outros incômodos podem surgir, como dor de cabeça e torcicolo, devido à inclinação na tentativa de enxergar melhor e evitar a visão dupla. Porém, os sintomas são variáveis e se refletem de maneiras diferentes dependendo da idade.

No caso de estrabismo em crianças, o cérebro apaga a imagem formada pelo olho com desvio, o que pode levar a uma perda progressiva da visão deste olho. Dessa forma, a visão dupla não é um problema para as crianças. Porém, sem tratamento, resulta na ambliopia ou chamado “olho preguiçoso”, que é a redução funcional da acuidade visual decorrente do desuso do olho durante o desenvolvimento visual. Essa fase de desenvolvimento ocorre de forma central nos primeiros 3 anos de vida, completando-se por volta dos 8 anos de idade.

Tipos de estrabismo

O estrabismo pode ser classificado em tipos diferentes, de acordo com a maneira que os olhos se movimentam. São eles:

Convergente

O estrabismo convergente, também chamado de esotropia, é caracterizado pela movimentação dos olhos para o lado de dentro, em direção ao nariz. Pode ser intermitente, com momentos de alinhamento e desalinhamento, ou constante, quando o desvio é fixo.

Divergente

O estrabismo divergente, denominado exotropia, apresenta-se com o deslocamento de um ou dos dois olhos para o lado de fora, oposto ao nariz, também podendo ser constante ou intermitente. Nos casos intermitentes, o desalinhamento costuma acontecer com mais frequência quando a pessoa está cansada ou distraída.

Vertical

O estrabismo vertical, ou hipertropia, acontece quando o eixo visual do olho estrábico fica mais elevado em relação ao outro olho. É mais recorrente quando o paciente está distraído, existindo uma tendência que o olho suba lentamente nessas ocasiões. O desvio vertical pode acontecer em combinação com os horizontais, divergente e convergente, deixando o olho estrábico em direção ao nariz e para cima ao mesmo tempo, por exemplo.

Paralítico

O estrabismo paralítico está associado a alterações dos nervos que ligam os olhos ao cérebro, sendo mais comum em adultos. Dependendo do nervo afetado, os olhos podem ser desviados para fora e mesmo a pálpebra pode ser fechada, como nos casos de AVC. Outros casos são menos evidentes, em que o olho parece estar apenas um pouco mais alto e a pessoa inclina a cabeça para a lateral.

Acomodativo

O estrabismo acomodativo é caracterizado pelo desvio do olho em direção ao nariz em crianças e adultos com grau alto de hipermetropia. Se a pessoa está sem os óculos, os músculos que auxiliam o foco são ativados em excesso, causando o desalinhamento dos olhos. Sem tratamento, os olhos se adaptam a esse deslocamento da visão e permanecem estrábicos.

Estrabismo tem cura?

O estrabismo não desaparece com o tempo espontaneamente, mas pode ser curado, dependendo da causa e se o diagnóstico for precoce. Como o desenvolvimento visual acontece até os oito anos de idade, o desvio não tratado pode resultar na perda irreversível da visão do olho afetado.

Além disso, o estrabismo tem causas que se estendem desde problemas de baixa visão até doenças neurológicas. Assim, a cura do olho estrábico depende da possibilidade de tratar essas condições e do grau de resolução possível em cada caso, podendo resultar em níveis diferentes de amenização da aparência do desalinhamento do olho.

A baixa visão pode ser curada se o tratamento for iniciado antes dos dois anos de idade, evitando que células cerebrais sejam atrofiadas por causa de problemas no desenvolvimento. Para detectar qualquer problema, mesmo crianças pequenas devem passar com o oftalmologista regularmente.

Como tratar o estrabismo?

O tratamento do estrabismo depende da causa diagnosticada. Crianças costumam usar tampão sobre o olho com melhor desempenho para forçar o uso do olho estrábico, evitando que o cérebro desconsidere a imagem formada por ele, o que atrapalharia o desenvolvimento visual.

Se houver erro de refração significativo, óculos de grau são receitados ao paciente. Outros métodos, como os exercícios oculares, também podem ser feitos em algumas situações. Caso os olhos permaneçam desalinhados, é necessário recorrer à cirurgia.

Cirurgia de estrabismo

A cirurgia de estrabismo afrouxa ou aperta os músculos dos olhos com o objetivo de resultar em movimentos oculares alinhados. A internação hospitalar dura poucas horas e a recuperação costuma ser rápida e simples. Algumas complicações cirúrgicas são a correção além do necessário ou abaixo do esperado. Em alguns pacientes, a condição pode reaparecer com o tempo. Realizar o procedimento com uma equipe experiente reduz esses riscos.

Agende uma consulta com a Clínica CEMO e saiba mais sobre estrabismo.

FONTES:

Sociedade Brasileira de Oftalmologia

Sociedade Brasileira de Oftalmologia Pediátrica

Ministério da Saúde