O crosslinking permite tratar o ceratocone de forma menos invasiva; descubra quais os principais cuidados após a cirurgia
Para contextualizar, o ceratocone é uma doença degenerativa da córnea conhecida pela progressiva deformação e afinamento desta estrutura ocular, fazendo com que ela fique com uma forma protuberante ou cônica. Essa deformidade diminui a qualidade da visão, dificultando até mesmo atividades básicas como ler e dirigir, com sintomas como visão embaçada, sensibilidade à luz, lacrimejamento, dor e olhos vermelhos. Normalmente, as pessoas que contraem a doença possuem histórico familiar ou têm o hábito de coçar os olhos por conta de alergias.
Confira os cuidados essenciais no pós-operatório do crosslinking.
O que é e como funciona o crosslinking?
O crosslinking é um procedimento utilizado para tratar o ceratocone. Ele aumenta a rigidez e a resistência da córnea, impedindo a progressão da doença e evitando a necessidade de um futuro transplante de córnea.
O procedimento funciona com a combinação da riboflavina (vitamina B2) e da exposição à luz ultravioleta (UV-A). Isso cria ligações covalentes entre as fibras de colágeno, aumentando a rigidez da córnea. Primeiramente, o epitélio corneano (camada mais externa da córnea) é removido manualmente. Depois, gotas de riboflavina a 1% são aplicadas na córnea a cada cinco minutos durante 30 minutos para assegurar sua absorção. Por fim, a córnea é exposta à luz ultravioleta por 30 minutos, continuando a aplicação da riboflavina a cada cinco minutos.
No pós-operatório do crosslinking, uma lente de contato terapêutica é colocada sobre a córnea para proteger o epitélio durante a cicatrização, que deve ser usada de cinco a sete dias.
Quais os riscos do crosslinking?
Os riscos são relativamente baixos, mas ainda sim existem. Entre os possíveis problemas estão:
- Infecção;
- Turvação visual temporária após o procedimento;
- Cicatrização inadequada;
- Inchaço da córnea;
- Visão dupla ou embaçada temporariamente após o procedimento;
- Sensibilidade à luz temporária após o procedimento;
- Leve queda palpebral;
- Inchaço ao redor dos olhos.
Cuidados no pós-operatório do crosslinking
No pós-operatório do crosslinking, seu médico recomendará alguns cuidados. Confira agora alguns dos mais importantes.
Uso correto dos colírios
No pós-operatório do crosslinking, é fundamental seguir rigorosamente a prescrição médica de colírios. Os colírios anti-inflamatórios, analgésicos e antibióticos previnem infecções, reduzem a inflamação e aliviam a dor. Lave bem as mãos antes de cada aplicação e evite tocar na ponta do frasco para evitar contaminações.
Evite tocar ou esfregar os olhos
Outro cuidado essencial no pós-operatório do crosslinking é evitar tocar ou esfregar os olhos. Isso pode comprometer a cicatrização da córnea de várias formas, como com infecções, irritações e deslocamento da lente de contato terapêutica.
Uso de óculos de sol
A sensibilidade à luz é comum no período de recuperação, e os óculos de sol ajudam a minimizar esse desconforto, além de proteger a córnea em processo de cicatrização contra raios UV e possíveis irritações.
Evite exposição à água
No pós-operatório do crosslinking — pelo menos no primeiro mês — deve-se evitar a exposição à água, como em piscinas, praias e banhos de mar. A água pode conter bactérias e outras substâncias que aumentam o risco de infecções oculares. Manter os olhos secos e limpos ajuda a garantir uma recuperação mais rápida e segura.
Tenha descansos adequados
Por fim, o repouso adequado é essencial no pós-operatório do crosslinking. Evitar atividades físicas intensas e permitir que os olhos descansem ajudam na recuperação. Fique em ambientes com pouca luz e evite esforços visuais excessivos, como o uso prolongado de telas.
Garanta uma recuperação tranquila após o crosslinking. Veja como!
Compareça às consultas de acompanhamento
As consultas de acompanhamento no pós-operatório do crosslinking garantem a recuperação adequada e evitam complicações. O oftalmologista monitora se a cicatrização da córnea está ocorrendo corretamente e identifica possíveis complicações antes que elas aconteçam. Nessas visitas, o médico também pode prescrever colírios ou outros medicamentos conforme necessário, minimizando sintomas como dor e inflamação. Além disso, também é avaliado se o procedimento está alcançando os resultados desejados, como a estabilização da progressão do ceratocone.
Geralmente, as consultas são marcadas para um dia depois do procedimento, depois mais uma após sete dias, e subsequentemente a cada 30 dias, três meses e seis meses.
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Fonte:
Sociedade Brasileira de Oftalmologia